quinta-feira, 2 de julho de 2020

A Origem da Estratégia de UX da SAP

Outro dia, acessei o site da SAP Press e fiz download da demonstração do livro “SAP FIORI CERTIFICATION GUIDE”, porque quero tirar essa certificação.
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A demonstração do livro tem o sumário indicando os tópicos existentes no conteúdo. E o primeiro capítulo é sobre User Experience. Pesquisei por “User Experience” no OpenSAP e encontrei um curso chamado “SAP's UX Strategy in a Nutshell“, que acredito que contempla em partes o que deve estar contido no livro.

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Este artigo é uma resenha da primeira aula desse curso, de forma a fixar o conhecimento e também compartilhá-lo.


Por volta do ano de 2004, o fundador da sap Hasso Platner leu um artigo sobre Design Thinking, e se interessou sobre o assunto. Se interessou tanto que até fundou uma escola de Design Thinking. O artigo falava sobre objetivo chave de Design Thinking, que é elaborar soluções que atendam a 3 critérios, que são: possível, viável, e desejável.
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Do inglês: feasibility, viability, desirability . 
  • Feasibility está relacionado com a área técnica. Se refere à possibilidade construir tecnicamente uma solução.
  • Viability está relacionado com a área de negócio. Significa se é viável para a área de negócio, se tem utilidade, se atende alguma necessidade real, e se é capaz de continuar existindo por si só após a finalização da implantação, sem grandes dependências de manutenção.
  • Desirability está relacionado à pessoa, ao indivíduo na sua singularidade, com preocupações, emoções, relacionamentos. Significa que o usuário deve gostar de usar o produto. Deve fazer sentido para ele. O usuário precisa sentir satisfação ao utilizar o produto. Não se trata apenas de fazer uma tarefa. O sistema, além de realizar a tarefa, tem que resolver um problema. a execução da tarefa não pode ser outro problema.
Design Thinking é uma forma de agregar valor aos produtos, ao entender a linguagem do usuário e criar essa linguagem para criar produtos. É preciso se colocar no lugar do usuário, calçar o sapato dele, enxergar como ele enxerga. Hoje o dia a dia de um consultor SAP não é assim. A gente basicamente escuta o usuário falando da tarefa que ele precisa executar, e cria uma solução que executa a tarefa, sem se importar muito com os problemas do usuário, as preocupações, limitações, relações.
maioria das soluções empresariais do mercado ofereciam muitos recursos em feasibility e viability. Enquanto os aplicativos pessoais focavam muito em desirability.
Repare os os apps pessoais são feitos de forma a estimular o engajamento da pessoa. Fazem a pessoa estar sempre usando o aplicativo, porque o aplicativo resolve um problema e ao mesmo tempo traz satisfação ao ser utilizado.
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Porém as telas do SAP tem histórico de insatisfação dos usuários. A experiência de usuário do SAP GUI foi projetada em 1992, quando ocorreu o lançamento do sap R/3. Isso já foi um avanço para época. Pois voltando mais para trás no tempo da informática, era tudo por linha de código né. Olha a tela do SAP R/2:
Créditos da Imagem: SAP Design Guild (sim, é Guild)
Então o Tio Hasso buscou trazer para dentro da empresa SAP esse valor da desirability ao criar soluções. E não mais fazer produtos que sejam viáveis tecnicamente e que façam várias tarefas. As soluções, além de úteis, também precisam ser simples, rápidas e trazer engajamento.
É muito fácil comprar produtos e comprar passagens por apps pessoais. Mas no sistemas empresariais é mais difícil. Então a ideia foi trazer essa facilidade dos aplicativos pessoais para dentro dos aplicativos empresariais. Isso se chama ‘consumer-like experience’ ou ‘consumerization’, que é pensar no funcionário da empresa como um consumidor de produtos e serviços.
Para começar a implantar uma interface de usuário nova, eles começaram a olhar para a interface que eles já tinham. Fizeram um levantamento e chegaram ao número de mais de 400 mil telas SAP GUI. 
Seria muito complicado renovar 400 mil telas, porque além do tempo de desenvolvimento, existe o tempo de adoção. E como a tecnologia está mudando muito de ano em ano, uma solução poderia ficar atrasada antes de ser adotada.
Em 20 anos, a SAP lançou 20 novos produtos para renovar a experiência do usuário, mas 80% dos usuários se mantinham utilizando SAP GUI. Justamente por causa do trabalho envolvido e do custo de implantação, também por causa do período de adoção. 
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Então a SAP mudou o raciocínio. Ao invés de lançar novamente um produto totalmente novo para user renovar a user experience, dessa vez foi feita uma estatística de telas mais utilizadas, e o gráfico dessa estatística apresentou uma curva decrescente, que significa que poucas telas são usadas por muitas pessoas, por exemplo telas de timesheet e de aprovação, que são atividades mais genéricas.
Foi decidido renovar a experiência do usuário das telas mais utilizadas, tornando-as ‘consumer-like’. Essa parte da estratégia foi chamado de RENEW
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Porém ainda existia um grande número de telas utilizadas por menos pessoas. O número de telas é grande porque são muitos processos, e também tem muitas soluções específicas para diferentes ramos da indústria. E existe também a necessidade de customizar necessidades específicas dos clientes. Então para o cenário da personalização, buscou-se fornecer mais frameworks e ferramentas para os clientes e parceiros personalizarem suas soluções, simplificando e renovando os processos mais significativos para eles. Essa parte da estratégia foi chamado de ENABLE.
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À estas duas partes da estratégia foi adicionada uma terceira, chamada NEW. New significa a busca em atender um novo patamar na experiência do usuário. Este patamar é chamado de “consumer-grade” . O objetivo da estratégia NEW é que cada nova solução criada pela SAP deve buscar atingir o patamar “consumer-grade”.
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E é assim que a SAP apresenta a nova estratégia do usuário. Repare que SAP Fiori é apenas uma parte dela. Mais detalhes em https://experience.sap.com/ux-strategy/. No proximo artigo quero detalhar as partes dessa estratégia.
Você já tinha conhecimento desses conceitos? Comente abaixo se sim ou não.

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